Medo
Tenho medo,
Um medo dos barulhos internos
Dos pensamentos e dos corações
Mentes e corações transbordam
Emoções e sentimentos que me inundam
E não consigo encontrar refúgio
Esse medo é tão forte
Um terror que paralisa tudo
E nessa fobia absurda
Corro, corro para os abismos internos
E ao chegar nos meus infernos
Encontro mais medo, mais desolação
Meu pobre e velho coração
Espantado salta do peito
E no leito, na noite mais escura
Me abrigo no aconchego da loucura
Tapando os ouvidos no breu
Querendo fugir de sentimentos que não são meus
Mas seus, de todos que me olham
De todos que eu não consigo entender...
Ei de querer fugir desse medo
E mais cedo ou mais tarde
Terei de confrontá-los
Ainda que eu sufoque na insanidade
De verdade, sou eu contra mim
Enfim, chego as fronteiras da minha mente
Olhando para frente vejo o vazio
E dele emana acolhedor frio
Que dilacera minha essência
Me deixando entre a sanidade e a demência
Para depois me abandonar no chão
Em vão choro, em vão procuro
Uma maneira de escapar desse vazio escuro
Enquanto corações e mentes
Bombardeiam meu mundo interior
E seja lá como for...
Tenho medo!
Medo das armadilhas internas
Das noites mal dormidas e eternas
E do barulho de toda essa gente...