Extremos...
Extremos, de um ponto ao outro dos sentimentos
Dos sentidos latentes que me invadem o ser
E morrer não é uma escolha para escapar
E lutar, com que forças se o inimigo é você mesmo?
Não tento, não penso que os extremos vieram para ficar
Lamento, esses afastamentos involuntários
Esses arrebatamentos que prenunciam a tragédia
A passos largos corro de mim mesmo
O que tenho de ruim internamente teima em me alcançar
Respiro, ofegante na angústia das convulsões do humor
Só temo que as ilusões me firam com minhas próprias mãos
O coração já distante, longe da minha fúria
A batalha descontrolada pelo equilíbrio
E a lágrima, a redenção para o cansaço
Onde está o domador de contratempos?
E por que essa fragilidade acena com o isolamento?
Que faço?
Que penso?
Que sinto agora?
Em um momento quente e em outro instante, já frio...
Um calafrio percorre a coluna
Minhas garras já estão me alcançando
E ao redor a escuridão me abraça com furor
Os instintos a flor da pele
O medo de ferir ao que mais tenho em estima
Me detenho a beira do abismo que abri
Se senti o perigo não consigo explicar
Bem devagar recuo
Está frio, está quente
De repente nada está em seu lugar
Mas você que olha de longe
Que pede calma ao furor do coração
Não pode medir a necessidade de extravasar
Nem sabe do calor causticante que queima minha vontade
Já o frio... Ah... O frio...
Ergue paredes de gelo no meu vazio
Me aprisionando em uma noite eterna
Minhas dores me alcançaram
Minha vontade cede
Meu sangue permite
E a calma e a paz desaparecem
Só escuridão, nem uma fagulha de vida
Extremos que eu conheço bem
Então fecho os olhos...
Nada pode ser mais escuro do que o silêncio...