Extremos...

Extremos, de um ponto ao outro dos sentimentos

Dos sentidos latentes que me invadem o ser

E morrer não é uma escolha para escapar

E lutar, com que forças se o inimigo é você mesmo?

Não tento, não penso que os extremos vieram para ficar

Lamento, esses afastamentos involuntários

Esses arrebatamentos que prenunciam a tragédia

A passos largos corro de mim mesmo

O que tenho de ruim internamente teima em me alcançar

Respiro, ofegante na angústia das convulsões do humor

Só temo que as ilusões me firam com minhas próprias mãos

O coração já distante, longe da minha fúria

A batalha descontrolada pelo equilíbrio

E a lágrima, a redenção para o cansaço

Onde está o domador de contratempos?

E por que essa fragilidade acena com o isolamento?

Que faço?

Que penso?

Que sinto agora?

Em um momento quente e em outro instante, já frio...

Um calafrio percorre a coluna

Minhas garras já estão me alcançando

E ao redor a escuridão me abraça com furor

Os instintos a flor da pele

O medo de ferir ao que mais tenho em estima

Me detenho a beira do abismo que abri

Se senti o perigo não consigo explicar

Bem devagar recuo

Está frio, está quente

De repente nada está em seu lugar

Mas você que olha de longe

Que pede calma ao furor do coração

Não pode medir a necessidade de extravasar

Nem sabe do calor causticante que queima minha vontade

Já o frio... Ah... O frio...

Ergue paredes de gelo no meu vazio

Me aprisionando em uma noite eterna

Minhas dores me alcançaram

Minha vontade cede

Meu sangue permite

E a calma e a paz desaparecem

Só escuridão, nem uma fagulha de vida

Extremos que eu conheço bem

Então fecho os olhos...

Nada pode ser mais escuro do que o silêncio...

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 30/03/2019
Reeditado em 16/01/2020
Código do texto: T6610982
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