ERAM LONGAS ASAS

Eram longas asas.

Asas longas eram

como a imaginação.

A imaginação voava

nas asas longas

do tempo

do espaço

por céus e terras,

entre rios,

árvores

florestas,

cidades

pelos ventos

e mares.

As asas longas

levaram a imagem

refletida na mente,

iam para

belos lugares,

oásis no

seio da cidade

tão desumana,

tão cheia de concreto.

Pela imaginação

voavam as asas longas

sobre montanhas

sobre desertos

vendo lá de cima

o homem pequeno.

Pequeno e miúdo

E tão grande

criador,

ou tão grande

destruidor.

As asas longas,

Longas eram as asas

No espaço infinito

do universo

aflito,

começavam a subir

atravessavam a atmosfera

avistavam as estrelas

e os outros sóis

e chegava a Marte

a Júpiter

a Plutão

e não paravam ali

seguiam para outros

sistemas,

onde talvez haja Paz,

onde está a Terra Prometida,

sem competição

sem amputação

de idéias.

As asas eram longas

Eram longas as asas.

Seguiam mais além

no infinito chagavam

até Deus...

__________________________________________________________

Criação em São Paulo, fevereiro de 1983.

(Frase dada como tema em redação de vestibular para o curso de Jornalismo na Faculdade Casper Líbero)

Poesia selecionada no XII Concurso Nacional de Poesia -1991-

organizado pela Revista Brasília, Prêmio: Destaque Especial

Publicado:

KALMAN, Regina -in "Valores Literários do Brasil", org. Reis de Souza, Ed. Grupo Brasília de Comunicação, vol. XIX, 1992.

KALMAN, Regina - in LETRAS ACADÊMICAS, Vol. V, AJL - Academia Jundiaiense de Letras, Ed. Literarate, Jundiaí/SP, 1999.