ODE AO ANO VELHO

Estás de partida, meu amigo!

Ainda ontem eras uma criança

E hoje definhas já sem brilho no olhar.

Na verdade, parece que todos

Te querem ver pelas costas,

Como se fosses um mero traste.

Ano velho, meu amigo!...

És a metáfora do próprio homem,

Mas parece que ninguém o percebe…

Nasceste e fizeram-te uma festa,

Com alegria, foguetes e champanhe -

Qual Primavera de encantamentos.

Depois, as Estações misturaram-se

Numa dualidade de sentimentos intermitentes…

O Outono veio claramente virar a página.

Frutos colhidos, folhas com tons esbatidos,

Assim vieram as rugas e os cabelos brancos,

Anunciar o Inverno que ninguém deseja.

Ah, ano velho, meu amigo!...

Estás cansado e cumpriste o teu papel,

Mas apesar disso, sentes-te um peso…

Nos olhos daqueles por quem lutaste,

A certeza de em breve te oferecerem flores,

Como quem abre uma garrafa de champanhe!

31.12.2009, NelSom Brio

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Embora com um pouco de melancolia à mistura,

meus votos de um Feliz Ano Novo!

Abílio Henriques

HENRICABILIO
Enviado por HENRICABILIO em 31/12/2009
Reeditado em 09/01/2010
Código do texto: T2005137
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