IMORTAL

Disfarço. Escondo a mesa,

depois preparo a poção

para esconder o verbo

e a próxima taça.

Despacho a musa para o norte,

quebro a bússola e o colar.

Suborno canetas e ruas,

entrego chaves e segredos

ao guardador de sonhos

do próximo sol.

Enfim! Dei sumiço ao poeta.

Não deixei impressões no sótão.

Não há vagas na lua.

Chove...

Na próxima ceia, talvez,

no rastro da musa apareçam

pegadas verbais,

supostos sinais,

imortais do poeta.

Do livro inédito "POESIA DESCALÇA"

Darci Cunha
Enviado por Darci Cunha em 14/10/2006
Reeditado em 18/11/2006
Código do texto: T264351
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