INSTANTES FINAIS

A ampulheta deixa que os grãos caiam paulatinamente fazendo complô em marcar o tempo que resta de espera, enquanto te aguardo nesta fria e triste madrugada.

A solidão é intensa, me tortura, e o relógio do tempo não me diz quando você voltará. A saudade corrói o meu espírito e o fogo da paixão parece queimar o meu corpo.

A ampulheta, este tão preciso e nestes instantes desprezível instrumento parece não querer soltar os grãos; parece tentar se opor contra a lei da gravidade e o tempo parece paralisado.

Acendo um cancerígeno e sinto que a sua nicotina será a melhor companheira nesta sedenta espera a fugir entre meus dedos. Se os meus lábios roxearem-se, me perdoe, mas, é a única maneira de evitar que as minhas mãos parem de tremer. É a melhor solução de me enganar a fingir que não me sento só.

Se tu chegares e o meu hálito de menta não mais existir, me perdões, na tua ausência, fez com que todo o meu corpo morresse e, a infinita espera, que transcorreram em poucas horas, pareciam uma eternidade e EU PARECIA TER CHEGADO OS MEUS INSTANTES FINAIS.

carlos Carregoza
Enviado por carlos Carregoza em 19/12/2006
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