Testamento poÉtico
(o poema que se segue é um daqueles que eu tinha reservado por ser especial... Mas, enfim, decidi publicá-lo hoje.)
* * *
Existem dezenas de páginas dos diários de uma vida
Repletas de palavras escritas e de outras por escrever…
… Mas – eis a grande verdade! - De muitas mais por descobrir.
Folheando essas páginas, de pura nostalgia documentada,
Desperto recordações que já não me pertencem
E de outras glórias que nunca o chegaram a ser
(O tempo usurpa sempre o mais profundo de nós!).
Quem ler a minhas palavras – se é que alguém o irá fazer –
Poderá esboçar um perfil do poeta (e até mesmo do homem)
Mas colherá apenas uma versão imperfeita de mim,
Pois apenas eu conheço o rumo que levaram os meus devaneios!
Entretanto, deixo muitos outros sonhos em aberto:
Uns – que nunca foram começados por serem brisa breve e lacónica;
Outros – que apenas acariciaram o papel com tinta estéril e inútil;
E mais uns quantos – que foram espírito que nunca pariu um corpo…
Possam vir outros poetas e literatos colher estas quimeras
E, com arrojo, dar-lhes a vida e o sentimento que a sua essência justifica!
Dona Literatura agradece, fraternamente!...
(E este desventurado escrevinhaDor, também.)
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18.05.2010, ValTer Ego
in "Testamento de um poeta"