Semente de Mostarda

Nem esperei os lírios

Vestirem suas túnicas brancas

De linho

Nem pentear suas pétalas

Com a suave brisa de verão

Nem separei o joio do trigo

Ele não vai suportar

Ser triturado pelo pilão

Nem seus grãos vão suportar

A força do fermento

Ser amassado pelas mãos

O calor do formo para ser

Um pão

Nem vai resistir ser repartido

Com o coração

Nem ouvir a oração

De amor

Levei aquele provérbio

Par casa

E a semente de mostarda

Para ver se vislumbrava

A parábola do reino

Dos céus

Nas margens do rio azul

Contemplei os nenúfares que flutuavam

Nas águas mansamente

Pensei na flor de lótus

E de lis

Natureza que me diz

Na flor de açucena nas melenas

Dela

Cor do canto da graúna

Seus lábios doces como um verde

Canavial

Mas murmura sussurra verbena

E na flor de cacto

Que perfuma o deserto

O amor se contradiz

E pensei na folha que nunca cai

No chão

E que nasce na árvore

Nas duas margens do rio.

Luiz Alfredo - poeta

luiefmm
Enviado por luiefmm em 20/06/2013
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