A Morte

Triste e solene será ela.

Tão doce e suave como era.

Ela, era ela:

A Morte.

Sorrateira por debaixo da escada;

Altaneira por sobre a calçada;

Calcinante queimando a estrada:

Dor ou sorte?

É a morte que me vem.

A companheira que já me tem.

Vai levar-me para o além

num transporte.

O sino, grave e fúnebre,

tenaz um entrave lúgubre,

sisudo, sério como um bugre:

Soa a Morte.

E por todos ela passa

lenta, rápida, espaçada.

Provoca risos,choro, gargalhada

sem estoque.

Mas para mim ainda é estranha.

Sua música morta e enfadonha

não tanto me comove as entranhas.

A Morte que toque.

Thiago Sobral
Enviado por Thiago Sobral em 24/08/2013
Código do texto: T4448933
Classificação de conteúdo: seguro