Doce Visitante
Acorrentada na solitária fortaleza
Podada na liberdade de ver beleza
Vivendo o amargo fel do tédio
Sinto-me impotente e só
Nos momentos em que sono
Não doa suas graças
A triste alma permanece deitada
Junto ao corpo debilitado
O quarto escuro é iluminado
Pelo fraco sol da manhã
Que burla a escuridão e o frio
Adentrando pela fresta da janela
Por algumas horas
Apenas o sol é companhia
Não basta por muito tempo
Logo se torna parte do ambiente
Perdida nos pensamentos em vão
Mente vazia implora por emoção
A cama que um dia foi quente ninho
Tornou-se pedra fria
Nesse instante de desespero
Linda borboleta invade o quarto
Brindando com beleza a tristeza
Bailando docemente a encantar
No balé mágico e colorido
Esqueço a dor e posso voar
Vejo-se junto ao pequeno inseto
Flutuando pelo ar
Sua cor lilás viva
Recebendo os raios solares
Banha de alegria minha vida
Dá-me força para continuar
A bela borboleta se despede
Com lindas piruetas
Deixando meu corpo leve
Pronto para sonhar...
- Amanhã também eu poderei voar -