POEMA DIFÍCIL

POEMA DIFÍCIL

Quero acreditar em Deus, no meu…

No Deus da “revolução”, não O da fé,

Quero Aquele que faz e não O que prometeu

Quero O que fale firme e de pé,

E diga: Aqui estou, aqui estou Eu,

Não quero um Deus escondido,

Nem Aquele que sempre se escondeu,

Não quero O que me foi prometido.

Quero um Deus que “fale” e “ sente”,

Que “olhe”, “veja” e actue,

E que diga que não consente

Que a justiça não se efectue.

Não quero um Deus ausente, resguardado e sem tacto,

A viver nos labirintos da fé e da esperança,

Ou a habitar santuários do abstracto.

O meu Deus tem de estar presente e dar confiança.

Não quero um Deus que promete paz,

Para uma vida Além desta,

Quando, se quisesse poderia ser capaz,

De dar toda a felicidade da vida, mas nesta.

Se eu acreditasse neste Deus que (me) falam,

E não O imaginasse diferente para melhor,

Arriscava dizer aos que O propalam,

O Diabo não faria pior…