MYSTICAL

 

Na meia noite da alma há uma clareira,

 

onde um galho

 

prende um véu de luar...

 

Rumorejam as folhas ressequidas

 

como asas a fugir de par em par…

 

Rondam frestas de luz...

 

Em cada vulto,

 

uma reverência singular...

 

E tudo se aquieta, silencia,

 

com tua sombra parada

 

a me fitar.

 

Se dormem aos teus pés sardentos

 

duendes,

 

se gira a lua branca a te coroar,

 

eu vejo…

 

São os olhos da minha alma sonhadora…

 

É a magia de te amar.

 

Feito um louco, febril adorador,

 

na minha convicção de te adorar,

 

julgo–me,

 

diante à tua presença,

 

como se fosse diante de um altar.

 

Mas surge da alvorada o clarão…

 

Reluze dos orvalhos o colar.

 

Sou cinza que restou de uma paixão,

 

à espera do vento me levar…