Meu nome é intensidade. Meu sobrenome, impaciência.

Meu nome é intensidade e meu sobrenome, impaciência.

Não me peça para ser paciente com a minha vida. Tenho paciência com os erros e inadequações alheios, esse é um dever, mas não posso tê-la comigo mesma.

Não posso entregar minha vida à espera, à indefinição, à superficialidade.

Intensidade é o que sou. E intensidade é o que quero.

Não existe nada que possa dizer que eu deteste. Não perco tempo com isso. Mas se reclamo, é por que não posso viver sem o que eu gosto. Não posso me abster do que me dá prazer. Não abro mão do que me faz feliz.

E o que me faz feliz é a intensidade com que eu vivo.

Bem que já tentei ser mais amena, mais sutil, mais serena, mais conforme os outros.

Definitivamente, não posso ser assim.

É como se um véu me encobrisse e me tornasse apática, translúcida, quase mórbida.

Não peçam o mesmo, não peçam o de sempre, não me digam o correto.

Não me roubem a solidão se não podem me dar a alegria da verdadeira companhia.

Não me olhem se não podem ver através das minhas imperfeições.

Não mergulhem em mim se não podem navegar pelas águas mais profundas que escondem o que realmente sou.

Não tomem a minha mão se não podem caminhar com alegria por onde a vida pede.

Não beijem meus lábios se não sabem como me tomar com paixão.

Eu nego tudo aquilo que é pouco. Recuso tudo aquilo que é resto. Rejeito todo o medo da entrega. Abro mão da vida sem amor.

Amar significa ser intenso.

E se pareço exigente. Se te sôo prepotente. Se vês impaciência em minhas palavras, é porque amar é minha verdadeira vocação e se o amor não está em mim, todo o resto se perde. Se não tenho a quem me devotar, nada mais faz sentido. Se meus beijos ficam contidos nos lábios, minha voz se cala. Se meus abraços ficam ao vento, meu corpo dói, se enrijece. Se meus olhos não têm a quem fitar, as lágrimas turvam minhas vistas.

Sou completa, sou inteira, feliz e radiante, só quando o amor é meu companheiro. Ele é o sopro da minha vela, capaz de me levar pelos mares mais improváveis.

Eu não posso viver sem amor. Aliás, quem pode?

Redimo-me: eu não quero viver sem amor.