paranóia

As vezes penso que sou caçador

Mas já estou abatido

Pois o inimigo é astuto

E mata sem violência

Sou atraído como um animal

Idiota

Às armadilhas

Às iscas

Mordo todas e nem me toco

Sou envenenado

E morro toda hora

Na outra já estou de pé.

Mas até quando?

Talvez consigam o que querem

Me pôr paranóia

Me extirpar do processo

Pois não caibo nos seus planos de corrupção

E maleficência

Te confesso uma coisa:

Estou ferido de morte

E não sei se reagirei mais

Todos os gritos que sei são pouco

Armas de palavras estão tísicas

Subnutridas

Desvalidas

Sei que estou no meio da tempestade

E sem proteção

E se me atacam

É porque sabem do ponto fragilizado

Estou no ar no meio do tiroteio

Alvo indireto

Para tanto tudo o que for perto

É motivo de abate

Esse é o sistema:

Malha da morte armada que me esgota as vezes

E me deixa sem poema.