PÁGINAS DA VIDA I – (1ª Parte)
 
 
A história de um misterioso amor.
 
 
As lembranças são um passaporte para se viajar ao passado, mas somente os sonhos nos fazem seguir em frente.
A vida é como se fosse um livro em que, os dias são como as páginas, as épocas vividas são como os capítulos, enfim, a vida, por incrível que pareça, também tem um prefácio e um posfácio.
Na introdução da vida ou no seu prefácio, já se manifesta a estrada do destino que há de ser trilhada, ordinariamente, são nessas páginas que se diz a que se veio, pois é aqui que se corta a fita inaugural da auto-estrada da vida, o destino.
Na conclusão da vida ou no seu posfácio, geralmente, se acha concluída a completude existencial ou, ainda pagamos o último pedágio nessa auto-estrada do destino, pois bem ou mal, guardamos uma história para ser contada, mas dificilmente não queremos que seja emulada.
Nesse livro que é a nossa própria vida, tudo fica gravado, o inconsciente e o ego pré-consciente é a nossa caixa preta, eles constituem e formam a nossa personalidade com todos os enfoques ou vestígios existenciais.
Lá nas profundezas de nós mesmos, nessa caverna misteriosa ou no chamado tribunal íntimo, também ficam gravados todos os estigmas indestrutíveis que também foram vivenciados nas epopéias de amor.
Por isso, aqui eu devo narrar tão somente os lances ou as vinhetas e as cenas verdadeiras, que me levaram a conhecer uma encantadora deusa.
Pois eu já havia vislumbrado essa formosa mulher numa janela perdida do mundo, eu não sei se foi por um encanto ou por um passe de magia que a trouxe do mundo virtual para a realidade dos nossos dias.
O nosso encontro realmente aconteceu no dia 7 de novembro de 2007, pois havíamos combinado através de contatos virtuais que esse seria o dia perfeito para nos conhecer.
O lugar do nosso primeiro encontro ficou definido que seria às sombras de uma velha figueira, ao lado de um Campanário localizado num lugarejo bucólico, próximo a sua cidade, sabidamente que esse recanto já era por nós conhecido.
Acredito que a ansiedade tenha tomado conta de nossas almas naquela tarde quente de princípios de verão, pois às 15,00 horas nos encontramos conforme o combinado e, acreditem, naquele momento, sentimos que estávamos há muito tempo nos procurando, ou, existia em nós algo misterioso a ser resolvido no palco das emoções.
Confesso que nos primeiros momentos fomos envolvidos por um clima indizível de doce ventura, pois tínhamos a visível sensação de que algo especial nos envolvia com promessas para um futuro não muito distante.
Aquele momento realmente foi fantástico!
Pois duas almas sôfregas, automaticamente se reconhecem por meio de um simples olhar, aliás, é dessa forma que as almas se identificam.
Como a princípio o lugar não nos oferecia a desejada privacidade, nos deslocamos rapidamente para a gruta de uma beata que muitos a chamam de santa, e que distava a poucos quilômetros do lugar combinado.
Algo diferente e inefável estava acontecendo com as nossas almas, a sensação sentida era a de que uma energia desconhecida nos envolvia com sorridentes e blandiciosas promessas para o futuro.
Inconscientemente transformamos o nosso primeiro encontro numa ocasião sagrada, pois foi com essa característica mística ou hierofânica que ele se revestiu, inclusive com direito a algumas preces por parte dela, preces essas que foram balbuciadas com convicção em sinal de agradecimento.
O fato da prece, eu quero crer que realmente veio confirmar com o sabor místico da devoção que, aquele encontro de duas almas, apenas se propunha a uma só coisa: Serem felizes!
Depois de longas conversas que travamos para o nosso próprio conhecimento, algo ocorreu, fazendo com que nos aproximássemos com maior profundidade e candura.
Eu quero mencionar aqui que, essa foi uma hora inimaginável em que, a atração incoercível de corpos e almas nos levou ao primeiro e inesquecível beijo. Ficando assim, selado o nosso destino.
Desse momento em diante, sentíamos que ficávamos aureolados com a luminescência de nossas almas que, magistralmente, pressentiam o nascimento de um grande amor.
O que eu sentia, eu não sei se posso explicar, mas era como se eu tivesse encontrado a mulher que havia perdido no túnel da minha vida, e que agora, saía dos meus sonhos para viver uma realidade que acabava de ser projetada para fazer parte do nosso destino.
 
- continua -
 
 
 


Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 24/02/2009
Reeditado em 24/02/2009
Código do texto: T1455364