socos no coração

Altos e baixos, estreitos caminhos. Passei sob as pontes, pelas sombras da noite, pelo norte do meu peito, à espera do diagnóstico, a parte mais difícil: o verídico.

E como doía o corte, o sangue pingando pelos corredores. Dores de amores vazam para dentro também e inundam, arrebentam diques, prenunciam, como enfarte, a morte.

E finca-se a frustração da espera, por não saber o futuro e nem o presente, do início ao fim do momento, o infindo segundo da decisão, e sem entender pra aonde ir e o que queria o meu coração.

Era falta de ar e sangue a mil, tudo parecia, e era, uma espera pelo eletrocardiograma, com o coração fora do peito e a coragem subterrânea na sala de espera. Portas fechadas, trancas, murmúrio e silêncio, só me restava um transplante.

As janelas da vida, altas, sem ter por onde fugir ou tentar o mergulho ao fundo de mim mesmo, à rapa do tacho dos sentimentos, quando veio o sopro-alento, e o vento sempre entra, é como Deus, presente no átomo, nos poros, oxigênio.

Pela porta da frente a saída, mesmo pulsante e em desespero, the my heart , bobo, pulando em desespero, no equilíbrio, ébrio na corda bamba do circo, destempero. Reanimar e restabelecer o fluxo e ir, destino, com o desfibrilador à mão.