SÓ ACREDITO NO IMPOSSÍVEL

Nesse mundo contraditório e falível, só acredito no que for impossível: a paz, o fim da fome, a democracia plena, e em tudo o que estiver anexo a esses motivos. Fazer o que for para ser feito neste sentido.

O resto não precisa da minha força, da minha fé, do meu braço e letras, meus afazeres voluntários. O trabalho remunerado tem que ser digno, bem pago, mas o que for de bom grado, faço de graça, sorrindo.

Faço com igual empenho, corro perigo se acredito, mas não sou de jogar água na chuva, soprar no vento. No contramovimento, ponho minha pedrinha no caminho de quem seja só dinheiro a todo preço.

Discordo do sucesso instantâneo e essa maquinaria que envolve tudo, a Globo e suas big-celebridades. Acredito, sim, em ações solitárias, solidárias, naqueles que trabalham voluntárias e não querem realce.

Acredito ainda na política direta, nas açôes práticas pela paz. Sou contra ódio, vingança, homem-bomba, esses donos de ilhas e castelos e do congresso nacional em suas falcatruas e mutretas mil.

Vejo e não "creio" nessa lambança em que se melam os políticos, aonde se metem, essa merda toda, corrompida, negociatas. Gente que rouba merenda e superfatura remédio público. São pragas!

É preciso mudar o foco, o norte. Não quero mais mudar o mundo, mas não quero pouco, mudar a mim mesmo é mais difícil. Lutar com todas as forças, abrir o peito e sair pra vida, pra a rua, aonde mora o novo.

Sei que sou falho, que tenho todos os defeitos e erros, que me irrito fácil, mas não roubo nem compactuo com tais. Sei que preciso melhorar muito e isso leve gerações, reencarnações, talvez.

Mas tento, contra o vento, a favor da brisa. Estou no movimento de rotação. Isso importa muito. Gosta da suavidade feminina, de crenças sinceras, em gente que consegue milagres com suas promessas e fé.

Acredito cada vez mais na simplicidade como saída, e sou contra as instituições estabelecidas e suas falácias, o Estado e suas armadilhas de fabricar desigualdade. Navegar no hiato, entre furos da rede é preciso.