POEMA DE MYRÍADE – II
 
Para uma Afrodite brasileira.
 
Teimosamente eu tenho observado os teus olhos, eles são lindos, mas ao mesmo tempo, se parecem com um poço silvestre profundo, onde se escondem mistérios que por si só são indevassáveis.
Quando sorris em combinação perfeita com esses olhos profundos, é descortinar-se uma magia cheia de encantamentos que, talvez nem tu mesma saibas que és possuidora.
É meu dever e é minha sina apreciar o belo, embora eu não saiba traduzi-lo com toda a perfeição que ele em si merece.
Tendo em vista que o belo é algo inefável, portanto indescritível, e por isso somente ao poetas é dado o virtuosismo em descrevê-lo com maestria.
Eu, às vezes penso que sou um poeta, mas na maioria das vezes e eu sei que me iludo, no entanto o belo me fascina e dele procuro compor a mais autêntica poesia.
É verdade, isso acontece sem deixar me envolver por outro sentimento, a não ser o de admirá-lo santamente. Eis o meu afã!
A beleza propriamente dita não deveria ser descrita, pois para ela não existe um nomenclatura adequada, eu acho que ela deve ser tão somente admirada, pois a beleza é o símbolo da perfeição através do deslumbramento.
É bem provável que o belo seja apenas um evento na singularidade do tetradimensional, projetado com as imperfeições do nosso mundo tridimensional.
Por isso, deixa-me te admirar, pois bendita é a natureza que te fez tão linda, tão linda que eu diria que tu és linda de bela.
Embora estejamos em diferentes dimensões existenciais e, mesmo contrariando todos os preconceitos, nada me faz com que eu deixe de te admirar.
Há em mim uma fascinação pelo belo que, em determinadas vezes, isso me conduz a um verdadeiro êxtase, porque a beleza em si é deslumbrante.
Se tu és linda, isso é um fato que admiro todos os dias, entretanto devo aos meus olhos essa virtude que faz com que eles assim te vejam.
Ah, estes meus olhos cansados e tristes, ainda não se cansaram com a ignota e fugidia beleza que te reveste.
A beleza na Grécia antiga era uma deusa admirada pelo poetas e pelos filósofos, pois ela é a mais pura manifestação do divino e belo, e eu que não sou poeta e nem tão pouco filósofo, também aprendi a admirá-la.
Na beleza residem todos os meus anseios subjetivos, por isso, ela é a religião dos que sabem.
 
 
 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 03/07/2009
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