AQUELE DIA. LEMBRA?...

Um dia, eu lhe vi,

Sozinha a meditar, olhos tristes,

Pensando talvez, em tudo o que passou,

As horas amargas, o tempo perdido.

Escutavas uma música, desencontrada,

Sei que falava de um amor incompreendido

Em alguém que demorava a chegar,

E que você, cheia de ilusões,

Com impaciência estava a esperar.

Por momentos fiquei a lhe fitar,

Eu, que á muito a amava,

E em silêncio, sofria a falta deste amor.

Neste instante percebi a ausência

De carinho, de amizade e compreensão,

Que em sua vida existia.

No amor, uma estranha emoção,

Senti vontade de lhe abraçar,

Beijar seus lábios e docemente

Este amor, num impulso lhe declarar,

Para nunca mais lhe ver triste a chorar,

Com ternura aconchegar-lhe ao meu peito

Acariciar seus longos cabelos

Sentir o suave perfume de seu corpo,

O calor desprendido junto ao meu

E sentir suas pulsações

Vibrarem junto as minhas emoções.

Lutando contra o pranto, afastei-me,

Pressionado pelo amor, o ciúme.

Uma lágrima fria rola pela face,

Vontade de gritar, brigar, chorar e fugir!

Em um momento de fraqueza

De você, eu fugi e parti.

Eu, sempre tão alegre, tão cheio de vida,

Deixei-me arrastar pela paixão e ilusão.

A solidão, a falta de amor,

A vida vazia e inútil, sua beleza,

No brilho de seu olhar, todo o meu desencontro.

Hoje, na distância não encontro razão de viver,

Corro ao seu encontro, procurando a luz de seu olhar,

E perto de você, covarde, não consigo lhe falar.

Volto a me afastar, e nesta longa estrada,

Sua imagem, a tristeza e lágrimas,

São companheiras constantes.

A felicidade, este grande amor,

Toda minha vida presa em sua lembrança,

A dor, a saudade, o pranto amargurado,

Dizem-me que no seu presente

Sou apenas o passado,

E no amor, mais um fracassado...

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 31/07/2009
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