Era

Era do saber.

Era de quem sabe o que fazer da sabedoria.

Era do estar.

Era dos quem estão à procura de estar.

Do ser que é sem saber se é, na Era certa.

Era difícil para dizer sim.

Era de poucos amigos.

Era de inimizades tolas.

Num mundo onde era mais seguro dizer não, ter poucos amigos era o mais cômodo.

As pessoas não estavam dispostas – e nem tinham tempo para estar – a investir muito de seu tempo aos outros.

E as pessoas foram se esquecendo que o planeta era delas, enquanto eram unidas pelo bem comum. Elas continuavam, de certa maneira, ligadas. Eram ligadas pelo trabalho. Mas esse, era mais e mais desvalorizado, à custa do aumento da valorização do produto.

Tudo que o homem pudesse consumir valia cada vez mais que o esforço para sua produção. Para muitos, esses bens foram se constituindo mais valorosos que a própria vida dos seus semelhantes.

E semelhantes eram os filhos desses, aos seus pais. Logo aquela Era findou. E como não havia mais bem comum, comum seria que a humanidade findasse junto à tal Era.