GALÁXIA GLICETE
 
Hoje, eu te prometo que, qualquer dia desses, eu subo no mais alto do céu, rasgo um pedaço do infinito, e nele, eu bordo milhares de estrelas, para depois confeccionar um belo vestido que se ajuste bem ao teu corpo, para que assim, eu possa te transformar na minha galáxia preferida.
Saberei apreciar a linda transparência do infinito vestindo o teu santo corpo, pois como um cometa de fogo, eu saberei abrasar de prazer a tua intimidade última.
Os teus olhos negros e profundos serão para mim estrelas binárias, que percorrerão a minha singularidade de cometa errante, até que eu possa usufruir num momento indizível e desejado, o sabor inefável de um beijo gracioso de estrela.
É verdade que há mais de dois anos eu havia te enviado o meu grito, mas as mãos de uma fada ciumenta, fez com que ele se perdesse no infinito.
Agora, por desígnios incompreensíveis e pelas próprias mãos do destino, eu como um cometa errante com as minhas infinitas evoluções pelo universo, senti-me atraído por uma força magnetizante, fazendo com que fascinado te orbite como a minha verdadeira galáxia.
Minha linda galáxia, o teu corpo, esse abrigo e porto seguro, têm caminhos de lua e sucos de maçã, e assim, tu carregas com muita propriedade duas luas robustas no peito, prontas e intumescidas para as delícias do prazer.
O nosso primeiro impacto de astros desejosos não foi a principio satisfatório, entretanto, quando se fizer uma nova evolução da lua, e eu, como um cometa errante entrar definitivamente em tua órbita, por certo novos e inesquecíveis momentos surgirão, pois eu me fixarei em ti, assim como tu me abrasarás com a intermitência das tuas estrelas.
Tu és grande como uma galáxia, linda como uma lua desejável, esbelta e luminescente como todas as estrelas.
 
 
 
 
 
 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 08/02/2010
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