Bodas na Gunga
Chalana samba ao compasso do balanço de corpos dourados.
Céu azul estende o manto ensolarado que cobre a cerimônia das bodas entre o rio e o mar banhados de doce e sal. Ambos percorrem o tapete d´água, de braços dados, entrelaçados, até ajoelharem-se na areia alva da enseada pronta a receber os noivos nos festejos da maré alta.
Coqueiros altivos curvam-se à beleza do amor paradoxal que foi morar em corações opostos unidos pela natureza caprichosa. Doce e sal, opaco e translúcido. Contrapostos de mãos dadas, polos positivos e negativos que, atraídos, fundem-se no balé sensual. Miscigenam-se e dão a luz à piscina rasa, distante da costa, de onde brotam cardumes de prata abrigados pela muralha de pedra enrugada, porosa, negra dos arrecifes altivos. Exército petrificado pronto a proteger, por algumas horas, os festejos que cheiram a maresia.
União etérea a ser desunida com o recuar da próxima maré, que arrastará de volta às profundezas o amor impossível entre o rio e o mar.
Divórcio caprichoso, que será afogado logo, logo pela próxima maré alta, prenhe de energia e amor capaz de realizar a reconciliação entre os noivos aquáticos Até que a próxima vazante os separe ......
Autoria da foto: Denise Mello
Local: Enseada do Gunga - Maceió - Alagoas - 10/03/2010
Chalana samba ao compasso do balanço de corpos dourados.
Céu azul estende o manto ensolarado que cobre a cerimônia das bodas entre o rio e o mar banhados de doce e sal. Ambos percorrem o tapete d´água, de braços dados, entrelaçados, até ajoelharem-se na areia alva da enseada pronta a receber os noivos nos festejos da maré alta.
Coqueiros altivos curvam-se à beleza do amor paradoxal que foi morar em corações opostos unidos pela natureza caprichosa. Doce e sal, opaco e translúcido. Contrapostos de mãos dadas, polos positivos e negativos que, atraídos, fundem-se no balé sensual. Miscigenam-se e dão a luz à piscina rasa, distante da costa, de onde brotam cardumes de prata abrigados pela muralha de pedra enrugada, porosa, negra dos arrecifes altivos. Exército petrificado pronto a proteger, por algumas horas, os festejos que cheiram a maresia.
União etérea a ser desunida com o recuar da próxima maré, que arrastará de volta às profundezas o amor impossível entre o rio e o mar.
Divórcio caprichoso, que será afogado logo, logo pela próxima maré alta, prenhe de energia e amor capaz de realizar a reconciliação entre os noivos aquáticos Até que a próxima vazante os separe ......
Autoria da foto: Denise Mello
Local: Enseada do Gunga - Maceió - Alagoas - 10/03/2010