A CHUVA MOLHA O CERTO, O TORTO E O ERETO
A chuva chove e molha o útil e o inútil
O certo e o vencido
O torto e o ereto
Mas molha mais quem está sem capa
Que é um cara certo
Ou aquela senhora que não esquece a umbrella
O arco-íris forma-se de sol e chuva
Mesmo que a viúva não case
E nem o espanhol
Foi duro para entender quando criança
Que era só um rima
Uma quadra surrealista
Não era solução
E nem era para entender
Chuva e sol casamento de espanhol
Sol e chuva casamento de viúva
Uva e luva rimam
juntas nada dizem sem contexto
Assim como vento não entra na imagem da câmara
Só quando se transforma
Em tempestade
Aí dá cinema
E molda o quadro como se fosse uma janela aberta
Todo filme é uma paisagem na moldura
Que muda toda hora
É quase uma passagem para o lado de dentro
Do perfeito
Ou do esquisito
Tudo, enfim, depende do ponto de vista
E pode virar poesia
Se tiver talento
Quando ela vem com seu corpo bonito
E rebola
A atriz bela de seios fartos
todo mundo nota
E olha mesmo que não queira
É como chuva
Democrática
Molha o calmo e o nervoso
O certo e o impreciso
Tem hora
Se for muita molha os ossos e a alma
Todo mundo quer chuva mas só um pouco
Já ela
A atriz que rebola e tem seios fartos
Que inunde a cidade
Lave a paisagem
Tire a neblina
E de meus olhos difusos
O confuso
Que aclarece o dia e traga sol