CONFESSO - II

Esse sentimento pelo qual fui invadido penso eu, tratar-se da maior recompensa recebida na minha vida. Talvez o destino, Deus ou algum anjo, um deles, lembraram de mim, propiciando-me neste crepúsculo o maior de todos os sentimentos.

Essa linda mulher, que fez aurora na minha torva vida é, e está sendo, o melhor presente que recebi até hoje. O seu amor é de uma envolvência que me desequilibra totalmente, os seus olhos contêm a luz fascinante da sedução.

Nela, reside um frenesi de magia e encantamento, pois estar ao lado dela é deixar-se envolver por algo inefável. Seus cabelos são negros assim como os meus olhos e, neles, eu me perco em carinhos. Tudo o que existe nela me completa de uma forma inconfessável. Os seus carinhos são verdadeiros convites ligeiros para a doce sedução e a inevitável conquista.

Penso eu que Deus, assim, me tenha concedido essas benesses, para aliviar o meu fardo que, até então, era pesado e angustiante. Pois ela me invadiu de tal maneira que, agora, eu já não mais me pertenço. A impressão que eu tenho, se é que essa coisa de vidas passadas existe, assim, talvez ela tenha sido, no passado, um grande amor que perdi no túnel reencarnatório. Agora, já quase me despedindo da poesia do existir, ela me chega atraente, bela, graciosa e muito mais jovem. Por isso, eu devo recebê-la com todo o amor que eu tenho represado. Confesso que, eu tenho até medo da paz e do tamanho desse sentimento que transformou por completo a minha vida, pois,eu, era quase totalmente inútil. Se eu escrevo essa confissão, não é porque sou um poeta, pois um poeta também sabe amar. E dizem que, um poeta, para ser grande tem de sofrer por amor. Agora, eu sofro sim, mas é uma dor gostosa, um fogo que arde, mas não queima e uma sofreguidão que só se acalma quando estou ao seu lado. Eu estou fascinado pelo seu amor e, a cada dia, deixei completamente de me pertencer.

Eu te pertenço!

Tu me pertences!

Pois, eu te amo misteriosamente!

Pois, eu te amo serenamente!

Pois, eu te quero eternamente!