POEMAS VALERIAM UMA ÁRVORE DERRUBADA?

Avesso a brutamontes, celebridades, moda, pagode, esses coisa fáceis, frágeis, sigo: frágil carcaça, metade verdade, outro tanto poesia. Carrego nas costas, palavras tantas, músicas algumas, situações esdrúxulas, complexas, sem nexo, (des)compreendo o mundo a meu jeito e acho concordância com pouco.

Tudo me rende certa poesia, alegria fugaz, muitas perco no caminho pela pressa, às vezes deixo alguém falando só, mas nada de propósito, enrolado até o pescoço. De qualquer forma agradeço ao leitor raro: obrigado e até logo.

Tem quem queira fazer livro, não e-book, impresso mesmo, com capa e tudo, prefácio e biografia. Quem bom, digo e desejo sucesso a quem assim pensa. Eu já não tenho coragem para tanto. Sou só um ator que finge tanto, um luar sem eixo, apenas. Nenhuma árvore derrubada vale um poema meu.

Vejo muita coisa e, de alguns fatos, extraio sumo, um resumo. Tem quem fale consigo mesmo e outros plantam amores virtuais, e até se amam, brincam de casinha como crianças que ainda não sabem o que é verdade, mas é tudo válido no contexto tecnológico. Também sou criança e acredito em tudo.

Da minha parte vou vivendo sem saber quase nada de mim, exatamente, apesar de mais de meio século, nem sei mais de plano ou condições de vida, vivo como um franciscano tosco, e nem sei se posso dizer tudo o que penso e sinto, daí a poesia, onde minto um pouco e fantasio outro tanto.

Digo, enfim, que sou pouco, mas que esse pouco cabe em mim e extrapola, vaza, às vezes. Acho coisas que ninguém me pergunta, como aquela autora americana digo: a gente veio de planetas distantes, sem alguma possibilidade de órbita próxima. Onde moro mesmo? Em Sampa.