No fundo...

Quase sempre eu fico aqui. Lançado na solidão que solidifica meu estado de estar só, soando mal estar assim porque quero. E o querer, esse bem tão bem amado me traz sempre de volta para o não encontrar das respostas que espero.

Estou no fundo das questões mais frias da noite. De uma noite que só começa e que não finda com todos os raios que o dia merece. Não basta a luz para iluminar dúvidas tão intrínsecas. Na há iluminismo que baste. Não há fé que responda.

Meu grito é mudo do lado de fora e não tem eco do avesso. O vazio é tão grande que não existe. Mesmo havendo tempo para todas as coisas não há universo que contenha as interrogações e que diga o porquê do nada.

Nada justifica a injusta forma de não ter escolha. Ser é uma resposta pronta demais para não ser questionada. Nada tem impresso o que faço, de fato, aqui. Nada elimina o áspero e o amargo de querer ver em cores e sentir a vida.

Tudo condena fazer de conta que tudo vai bem, quando tudo na realidade nem vai. É preciso marcar hora para ver quando começar a vida, mas o relógio nunca teve ponteiros pra isso.

Mesmo assim o tempo passa como se as cinzas revelassem o que nunca foi aceso. É tarde demais para continuar, mas faltam forças para parar completamente. É como tombar a primeira vez da bicicleta, mas pela vida toda.

No fundo, bem no fundo, é assim