Em meio ao grande silêncio, um grito com gosto de desespero misturado á agonia de alguém que quer se libertar da dor de um amor tão proibido e não correspondido. Alguém que grita incessantemente Amor! Amor! Amor!, como se essa fosse a última palavra capaz de despertar a compreensão de pelo menos uma pessoa que pudesse ouvir uma estória. Uma estória banhada de preconceitos, discriminações, perseguições e tantas outras coisas que só flagelam um ser humano, fazendo-o perder a auto estima.
E nesse vácuo imenso, o grito de desespero é o meu, ouvido por alguém que se identifica como "Deus", que não julga, não despreza e nem escolhe segundo a aparência, mas que ama, embora aquilo que sentimos seja reprovado por ele mesmo.
E foi assim que gerei "Amor minha última palavra". Quantas vezes, em meio à dor causada pelo desprezo daqueles que falam de Deus a todo instante, mas que não agem com a mesma ternura que ele, escrevi.
Escrevi poemas talvez sem ritmos, sem palavras glamurosas, sem a pretensão de tornar-me famoso ou enriquecer, e sim para me libertar da dor de amar e não ser amado, não ser compreendido por aqueles que tanto amei; não ter ao meu lado alguém que desejei; não poder assumir um amor tão puro, tão sincero, tão verdadeiro, e por direito tão meu.
E se escrever foi a forma mais intensa que escolhi, escrevi, escrevi, escrevi, sobre o amor, a frustração, o desejo, o sonho, a ilusão, a desilusão, o começo, o recomeço, o fim, a tristeza, a alegria, a esperança, a fantasia, tudo sempre abrigado nos braços dele: "Deus", que me amou primeiro e esteve comigo quando chorei por tanto tempo a dor da traição, quando vi meu castelo desabar e me senti tão frágil para reconstruí-lo novamente, quando enganado desacreditei nas pessoas e no mundo, quando descobri que até os amigos desejavam a minha queda, e quando a minha vitória era sentir minhas veias aguçadas para derramar sobre o papel todas essas coisas.
Que bom! Hoje é o meu dia! De erguer o meu troféu! Que felicidade revelar meus sentimentos a tanta gente, compartilhar um pouco da minha estória em poesias! Dizer que, como homem simples, também amei, e oferecer a você, querido leitor, um pedaço de mim.
 

"Prefácio de amor minha última palavra" 2003 radar editora.
Tony Caroll
Enviado por Tony Caroll em 08/06/2011
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