O FIO TÊNUE ENTRE O APARENTE E A REALIDADE

Há doenças tratáveis, outras nem tanto. Doenças da alma, do espírito, doenças de caráter, de gente que não sabe como enfrentar todas as demandas que se apresentam e fogem da realidade. Daí os vícios, uma fuga permanente para um estado fora do presente.

O mundo é estranho visto sob certa ótica, a natureza é dura, reage; os animais são ferozes e o homem, um bicho domado, mas que guarda no seu dentro todos os instintos - e não raro algum foge e expõe toda a fragilidade da nossa civilidade, além do aparente.

O sono e o sonho são dádivas para que escapemos ilesos do dia e servem para acalmar nossas serpentes, dar descanso ao corpo e paz ao espírito, mas tudo pode ser o inverso, se o pensamento, esse elemento independente, atormenta e pede soluções urgentes.

Há mundos além do aparente, estados e climas onde a loucura habita, onde só importa o inexistente, é aonde vive o esquizofrênico, o viciado, onde importa muito o abstrato, o prazer, por exemplo, isso que buscamos insistentemente e que nada tem a ver com o concreto.

Há doenças e doentes, crenças e descrentes. Cada um explica o mundo como quiser e aceita o que vier ou rejeita. O remédio, a cura, a ciência, a religião, são os disponíveis no mercado. Escolha quem puder. A paz é uma meta, mas para tanto muita guerra à frente.