verde azu´lares

“... Venham, vamos matar o espírito de gravidade! Agora estou leve! Agora eu vôo! Agora um deus dança através do meu corpo.” -Nietzsche in Assim falou Zaratustra- “Sobre o ler e o escrever”

Setembro 2006 ...

I -

Em algum lugar fevereiro de dentro encontrou ressonâncias, talvez porque tenha sonhado que minha janela abrir-se- ia diante ao mar e avizinharia-se à tua num gorjeio juvenil, onde as algas dançam ao som de Bach.

Rasgada ao meio, a tarde liga-se por fios coloridos repletos de amizade.

É quase feriado farei planos de viagem ou organizarei os sonhos em largas tiras, avizinhando-me dos caules das orquídeas que anseiam pelas flores, filhas, em largo e esperançoso sorriso.

Haverá mais espaço nas ruas, mais silêncio nas praças. A brisa fria entre as casas, trará lembranças da estrada que se inscreve comprida, deserta de palavras... Hei de como as orlas, que escutam o tempo que virá, cozer versos futurecidos... Hei de ouvindo , zelar pelo silêncio que tece...

Mascando folhas de hortelã neste seis de setembro reflito e antecipo-me ao congestionamento e estresse das estradas que me furtariam o deleite da meditação e d´olhar-sonhar atento.

Nada perco pois sei que nalgum lugar, sob a chuva um abraço espera...

II -

Uma mesinha bem posta, guardanapo bordado por minha mãe, no vasinho a rosa recebida da paciente ...

No cálice azul transparente suco composto, abacaxi, gengebri e limão; adornado com folhas de hortelã frescas. como o bilhete da amiga que diz -" mantenha contato ".

O tapete bordô cresce como o sabor redondo e refrescante...

O som de Kitaro, "Oásis" como um manto, agasalha a tarde fria.

Sorrio lembrando-me de ti então sorrio intimamente e sigo embriagada de infância e da tal feliz idade !

http:// vicamf.multiply.com/journal/item/99/99

virgínia vicamf
Enviado por virgínia vicamf em 02/07/2011
Reeditado em 04/07/2011
Código do texto: T3071738