Ela recosta-se ao banco do jardim na bela e ensolarada tarde, já não tão fria. O ar livre lhe faz bem, permanece calada junto ao silencio que se faz. Recordações tomam sua mente, fazendo um "flash back"dos tempos idos, onde ali sentava-se junto ao namorado que a guerra havia levado. Apenas uma lágrima escorre-lhe pelo rosto, pois havia jurado esquecer tal fato. Devagar, sem perceber, fecha os olhos e cochila. Quando acorda, lembra-se vagamente, de que no sonho que teve, recebeu uma linda flor de alguém que não conseguiu distinguir bem a imagem. Viu-a envolta em tenue névoa e muito rápidamente. Chegou a sentir o perfume daquela flor que insistia em penetrar-lhe as narinas. Espreguiça-se lentamente e disposta a voltar aos seus afazeres. Levanta-se vagarosamente, ajeitando os cabelos que pareciam estar desalinhados, como se alguém os tivesse afagado. Sente novamente um odor marcante de flor. Volta-se então e olhando para o encosto do banco, vê ali depositada, presa junto à madeira onde estava recostada, uma linda rosa perfumada. Recolhe-a com carinho, beijando-a, sentindo a textura de suas pétalas coloridas. Quem teria deixado tal flor se o lugar é fechado, totalmente vazio e onde ninguém poderia entrar sem autorização dela ? Sem resposta e intrigada, senta-se novamente com a rosa em seu colo. Volta a cochilar, tentando reencontrar em sonho o seu amor.




29/08/11

 
Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 29/08/2011
Reeditado em 19/08/2019
Código do texto: T3189324
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