Bem te vi

“Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas..”

...sinto uma espécie de saudade, uma vontade doída e doida de retroceder à minha antiga e desconfortável “zona de conforto”

Coisa boa é uma companhia de manhã, um olhar, um sorriso com gosto de cabo de guarda-chuva

Os passarinhos cantam e o sol dá de ombros pra minha solidão. Nem sempre é possível transformar solidão em solitude...

Bem-ti-vi... bem-ti-vi... bem-ti-vi... bem-ti-vi... – repete insistentemente seu canto...

Eu aqui, que não vejo nada bem, busco os meus óculos, e me preparo para sair da cama e começar a redescobrir que não tenho muito tempo, embora tão jovem...

Tenho muita pressa de viver, de ser o que não sei, de aprender a ser. Reaprender a sonhar e fazer real alguns sonhos, outros não vai dar não! E sei que devia só seguir... e sigo só...

Quase todas as manhãs me pergunto se sou o que sinto quando acordo; ou o que vivo à luz do dia, ou o que o véu da noite me convida a ser – e me ofereço à noite como quem se lança ao mar pela primeira vez – sem saber das ondas bravias, sem saber do sal...

E, neste momento, percebo que o bem-ti-vi partiu decepcionado.