ADEUS, NÃO... ATÉ JÁ!!!

[Dedicado à memória de minha avó, Cândida Constantina Gomes, N: 02/11/1920 - F: 30/12/2006]

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Não me perguntem como foi a minha passagem de ano!

Aliás, nem me perguntem como foi o meu Natal e os meus últimos dias de 2006!...

Estou aborrecido!

Mais que isso: Estou triste!

Será que tenho algum motivo para estar alegre?...

Nem por isso…

Talvez deva explicar-me melhor!...

Sim, talvez…

Mas eu detesto explicações! Nunca fui bom a explicar-me, pois tenho sempre a sensação que ficam dúvidas a pairar no ar!...

No fim de contas o que significa esta época do ano?...

Acho que acima de tudo é uma época de negócios rentáveis e desperdícios inexplicáveis!...

Lá estou eu… Sempre o mesmo pessimista!

Há que ver a questão pela positiva: Imaginem quanto tempo as crianças sonharam com a noite de Natal?!...

Sim, com efeito... Mas, nem todas viram o seu sonho tornar-se realidade!...

E mesmo aquelas que têm a noite perfeita, porque não hão-de ter noites perfeitas todos os dias?...

Porque não hão-de ter todas as crianças, noites e dias perfeitos, a qualquer momento?

Mas não é apenas devido a esta situação que estou triste!...

Evidentemente que não, isto porque esta infeliz situação se vem arrastando desde sempre e já não é novidade nenhuma!

A verdade é que faleceu a minha avó!

Sim, eram 13.40h do dia 30 de Dezembro quando ela lançou o último suspiro!

Imaginem: Perdi a avó que me restava… Eu que lhe tinha dedicado um poema*, feito com tanto amor e carinho e que mais não é que uma mensagem para todos aqueles que ainda têm seus avós vivos!...

Como esperavam que fosse a passagem de ano aqui em casa?...

Ainda vivo de algum modo a situação!…

Imaginem meus pais e outros familiares, velando o seu corpo toda a noite…

Por sorte (ou mais que isso) a noite esteve bem menos fria que as noites anteriores!

Nas horas que ali estive, houve tempo para viver outros momentos…

Pensei nesta coisa bizarra, que é despedir-mo-nos de um ano, como se fosse coisa velha e gasta, e ficarmos a festejar a entrada de um outro, como se este fosse a nossa bóia de salvação!...

Caramba! É apenas mais um novo dia e não há mesmo nada para comemorar…

Será que alguma vez deixaremos de nos iludir?...

Criamos sonhos e depois damos-lhes asas, mas nem todos os sonhos podem voar.

A minha avó estava ali, deitada, fria, tal como se fosse o ano velho a despedir-se definitivamente, para que um outro pudesse entrar.

Mas ela – sim – tem razões para festejar, pois acaba de entrar numa Nova Vida, apesar de não haver fogo de artifício, nem champanhe na sua despedida.

Por certo haverá festejo na sua chegada!...

Neste misto de tristeza e alegria, que invade o nosso ser, muitos sentimentos díspares surgem no subconsciente: Acreditamos que a Vida é apenas uma transição!

Um dia apenas o pó assinalará a nossa passagem, mas a Alma guardará no seu âmago, todos os frutos colhidos nessa experiência única!

Por agora continuo triste, embora saiba que um ADEUS

Não passa apenas de um ATÉ JÁ!

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Amigo/a! Se conseguiu ler o texto até ao fim,(sei que muita gente não gosta de textos longos - infelizmente!) por favor não fique triste!... Eu não estou triste, apenas um pouco desanimado, mas logo recuperarei e voltarei em força para criar textos que o vão emocionar. Prometo!

* Se ficou curioso em ler o poema que eu dediquei a minha avó, informo que ele foi publicado em minha página no dia 26/07/2006, e tem o título de MINHA DOCE AVÓ.

Obrigado e ATÉ JÁ... SEMPRE!