B-E-A-B- Á

Nada do que sei, aprendi sozinha.

Foi catando um símbolo aqui, um significante ali, um significado acolá, e com poucas palavras fui construindo uma aparência de linguagem.

Assim fui apresentada ao alfabeto.

Embora achasse muito complicado, quase um jogo de quebra cabeças, fui aos poucos vencendo as barreiras.

A taboada, mais parecia poesia cantada.

Mas, ele, de face já enrugada e pouco conhecedor desse recurso do que é ensinar, foi rudimentarmente me levando a tomar

gosto pelo conhecimento dos fonemas, dos morfemas, apesar de só anos mais tarde eu descobri estes nomes.

Bem. Mas assim mesmo eu aprendi.

Uma sílaba aqui, uma palavrinha ali, e a cada dia mais até formar uma frase.

Eu como sempre encantava-me a todo instante.

Não gostava muito de números, talvez por eles serem tão exatos não me pareciam atraentes.

Cresci, e quando já quase "mocinha" fui morar na cidade e passei a frequentar a escola.

Ali descbri o enorme esforço que o meu pai fizera para ensinar-me pequenas coisas, tão grandes quanto eu posso perceber

agora, diante de uma professora especializada.

Minha trajetória foi longa nesse primeiro momento de aprendizado; mas em nenhum momento aquele modo simples do qual tive contato quando ainda era criança, deixou de ser menos importante; fui apresentada a Paulo Freire, que diz que somos seres inacabados e caminhantes. Depois conheci Piaget e Vgostky, que me fizeram entender a assimilação e a imitação, logo depois, Ferdinand Saussure, dizia sobre os "significantes e siginificados", depois vem Bakhtin que fala do "dialogismo" e Chomsky com o seu gerativismo.

Nossa! Quanta coisa aprendi de lá para cá e continuarei aprendendo, visto que sou um ser "inacabado"!

DI MATOS
Enviado por DI MATOS em 08/12/2011
Reeditado em 08/10/2023
Código do texto: T3378739
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.