B-E-A-B- Á
Nada do que sei, aprendi sozinha.
Foi catando um símbolo aqui, um significante ali, um significado acolá, e com poucas palavras fui construindo uma aparência de linguagem.
Assim fui apresentada ao alfabeto.
Embora achasse muito complicado, quase um jogo de quebra cabeças, fui aos poucos vencendo as barreiras.
A taboada, mais parecia poesia cantada.
Mas, ele, de face já enrugada e pouco conhecedor desse recurso do que é ensinar, foi rudimentarmente me levando a tomar
gosto pelo conhecimento dos fonemas, dos morfemas, apesar de só anos mais tarde eu descobri estes nomes.
Bem. Mas assim mesmo eu aprendi.
Uma sílaba aqui, uma palavrinha ali, e a cada dia mais até formar uma frase.
Eu como sempre encantava-me a todo instante.
Não gostava muito de números, talvez por eles serem tão exatos não me pareciam atraentes.
Cresci, e quando já quase "mocinha" fui morar na cidade e passei a frequentar a escola.
Ali descbri o enorme esforço que o meu pai fizera para ensinar-me pequenas coisas, tão grandes quanto eu posso perceber
agora, diante de uma professora especializada.
Minha trajetória foi longa nesse primeiro momento de aprendizado; mas em nenhum momento aquele modo simples do qual tive contato quando ainda era criança, deixou de ser menos importante; fui apresentada a Paulo Freire, que diz que somos seres inacabados e caminhantes. Depois conheci Piaget e Vgostky, que me fizeram entender a assimilação e a imitação, logo depois, Ferdinand Saussure, dizia sobre os "significantes e siginificados", depois vem Bakhtin que fala do "dialogismo" e Chomsky com o seu gerativismo.
Nossa! Quanta coisa aprendi de lá para cá e continuarei aprendendo, visto que sou um ser "inacabado"!