O Melhor Presente De Natal



Distante das vitrines coloridas,  ao som das
canções natalinas vivem aqueles que  a vida
permite enxergar apenas o cinza concreto do
abandono.


Distante das mesas  nababescas, dos presentes
caros, das flores de plástico, dos risos
pré-fabricados, dos robóticos votos de um Feliz
Natal, encontram-se aqueles que trilham as
plácidas estradas da simplicidade.


Pilhas de brinquedos de pilha  pilham a cabeça
dos pais que não dispõem e do vil metal para
adquirir os sonhados presentes.


Presentes em excesso recebem aqueles  cujos
dicionários a vida omite a palavra não.


Dos casebres  de teto furado podem se ver
as estrelas sob o tapete azul do firmamento.


Em muitas mansões suntuosas as luzes  de
mercúrio se presta para iluminar o martírio.


É Natal, e entre os extremos da desigualdade
transitam sonhos e esperanças,  paz e  felicidade.


O amor não faz morada no ouro.

No ouro do egoísmo da discriminação da
ganância, do orgulho, da indiferença.


Sentimentos são como pequeninas plantas
frágeis - carecem de cuidados.


Tolos os que imaginam ser o Natal um momento
para exageros alimentares, ostentação nos
presentes, excessos de bebidas, arrogância e
poder.


Na simplicidade do existir moram  a sabedoria,
o equilíbrio, o amor e a paz.


Mas diriam os abastados egoístas, o que tem
tudo a ver tudo isso a ver com o Natal...


Tudo!

Basta lembrarmos  do celeiro de palha conhecido
como manjedoura onde o Filho de Deus veio
ao mundo.


No singelo berço, rodeado de animais,  sob a luz
da estrela guia nasceu Jesus para amenizar
nossos dias.


O bondoso Jesus que segura em nossas mãos
em cada estreito do  efêmero existir.


Jesus imolado, ultrajado, crucificado.


Jesus que aniversaria em dezembro.

Jesus ressuscitado no terceiro dia para morar
na casa do Pai.


Na serenidade da prece agradeçamos o dom
da vida, clamemos pela misericórdia, entreguemos 
nossos fardos nas mãos do Filho de Deus.


O melhor dos presentes que se pode  almejar é
o dom da vida, o perdão das falhas,  a doação
e o amor  ao próximo.


Presente, silêncio.

Presentes em demasia  deixam  a  alma em agonia.

Repartir - o caminho para a redenção.

O melhor dos presentes - crer na eternidade,
ser sábio na curta passagem, jamais perder o
alto astral.


Ser amigo, positivo, solidário.

Deixemos os bens materiais em excesso para
aqueles  que ainda não se matricularam na escola  
do aprendizado espiritual onde a simplicidade
guia as demais matérias.


Peçamos a Deus somente o necessário.  

Os excessos empobrecem o coração,  plantam
 terrível vazio na alma.


Que Deus nos capacite para que neste Natal
possamos presentear nossos semelhantes
 com abraços fraternais, respeito, carinho e
solidariedade.


Nada custa, e o simples gesto para atender
aos que clamam por ajuda, demonstra a
grandiosidade  das almas que vivem em comunhão
com Cristo.


Cristo que vela a menina, que está nas esquinas
com os segregados,  que habita no coração dos
humildes.


As estrelas nasceram para todos  assim como
a lua cheia e o resplandecente Sol.


Porém,  somente enxergam a beleza neste cenário
que a Natureza construiu aqueles que vivenciam
a paz encontrada nas preces.


A paz que passeia na seara da caridade, a paz
que nasce quando se compartilha a felicidade
a paz que saúda cada filho de Deus Pai.


O melhor dos presentes é o amor.

Doem amor  - o amor fraternal que acolhe, ampara e
 restaura.


Repartam, o pão, o carinho, a ternura,  amenizem
a amargura.


Sejam solidários como  Cristo no calvário.

Na viagem de volta, aquela que todos nós seguramente  
um dia faremos,  em cujas vias transita a humanidade na perenidade do existir,  apenas as boas obras nos acompanharão.


Nada mais.

O melhor dos presentes para este  e todos os
Natais  é o amor desmedido,  solidário, fraterno,
complacente,  intenso e  sem igual, como o filho
de Deus nos  ensinou.


Feliz Natal!  


Ana Stoppa







 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 10/12/2011
Reeditado em 25/11/2013
Código do texto: T3381241
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