Ao sabor da espuma

Agora é aqui que te encontro

No lugar da convivência com o passeio incessante das águas...

Da convivência do fazer inexorável do tempo

Agora te encontro, nesse lugar...

Num brote de afeto hoje por mim permitido,

num revolver de desejos e esperanças já sentidas....

Abandonadas...

Pela necessidade de ser como a folha ao sabor da espuma.

Como tudo o que me faz ressucitar desejos e emoções há muito tempo acalentadas.

E é justo aqui que te encontro...

E foi preciso estar atenta às marcas deixadas pelo lento trabalho dos séculos. Aos círculos profundos escavados lentamente na pedra pelo breve escorregar do cascalho.

Pois se o tempo molda, escava, expõe,

Constrói espaços para o transbordar e o refluir permanente das águas.

Aurea M. da Rocha Pitta