LAVRADOR DE SAUDADE

Um grande lavrador. Dessas lavouras que a lembrança cultiva. Era capaz, um só dia, de andar léguas pelas colinas do regresso procurando um bom lugar pra sossegar os olhos sobre a pintura que o sol expunha ao cair da tarde. Então aproveitava a tranquilidade ofertada com muito gosto pela paz de espírito e trocava prosa com a paisagem do momento, prolongando a estadia pela noite adentro, desenrrolando o novelo da sua enorme lavoura, sabendo que naquele instante outro plantio ali surgia. Uma saudade a mais que na sua lavoura incluia.

Wagner de Oliveira
Enviado por Wagner de Oliveira em 19/06/2012
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