Para alguém da Via Láctea ou além

Esse diálogo que travo comigo é uma conversa inconclusa de cara, um princípio de caos, insônia à frente, turburinho, linguagem difusa, um uso e abuso dos meus profundos poços e sujas gavetas.

Sei que não vou ter tempo de mudar nada, talvez nem de roupa ou de meia, quanto mais o mundo, esse profundo abismo. Não quero nada de um burro amarrado e arreado além do seu lombo. Não há diálogo assim. Fico quieto, é melhor.

Quem me cutuca: E como me cutucam. Todos sabem que sou um animal velho. Querem ouvir meus uivos e fazer música à minhas custas. Não vou inventar mais nada, nenhum novo ritmo, novo balanço, nem vou me lançar do abismo.

A quem interessa esse diálogo e souber me explicar o que é, meu endereço vide verso. Sinal de fumaça. Índio na roda. Perto do fogo como os velho hippies, continuo acreditando em tudo em todos até que me provam o contrário, o avesso do avesso, só pode dar certo.

Não espero e nem faço com meu braço. Não quero mais essa velha canção. Peço oxigênio para o mundo e menos fogo.