LEMBRANÇAS , SAUDADES,       TRISTEZAS
 
Naquele dia não acordei bem. Não tive bons sonhos, embora tenho dormido pensando em alguém com o qual desejava,  pelo menos, sonhar.
Assim diz a psicologia. Se desejamos sonhar com alguém devemos dormir com o pensamento na pessoa em questão.
O dia, logo que levantei, vi que estava escuro. O céu muito nublado de cinza demonstrava que ainda viria uma boa chuva. Era final de semana, quando desejamos que brilhe o sol.
Preparei meu café, muito simples, não costumo obedecer a lei que diz sobre a importância da primeira refeição. Tomei um golinho do café, troquei minha roupa, peguei minha bolsa, meu carro e tentei um passeio por uma estrada que me leva a belas lembranças, de momentos lindos e muito saudosos. É a estrada  Itaboraí/Friburgo. É uma bela estrada. Perfumada pelas árvores que se fecham no alto deixando o ar bem fresco e a paisagem linda. Fazia doze anos que não ia por lá. O tempo que estou sem
minha mãe. Mas em minha solidão, minha saudade fui sem me importar com o tempo feio e a chuva que já estava forte na ponte Rio-Niterói.Peguei a Niterói-Manilha depois de passar por dentro de Itaboraí, peguei minha estrada.
A chuva forte batendo no vidro do carro  não permitia uma boa visão, mesmo com o limpador de parabrisas na velocidade máxima. Isso fez com que reduzisse bastante a velocidade do carro e fosse bem atenta, porém sem nenhum medo, gosto de dirigir e não tenho medo, apenas fico com mais cuidado.
Quando cheguei no ponto onde sempre entrava para ir no sitio que minha mãe havia construído com minha irmã, com suas flores, seus frutos, tudo com muito amor e cuidados, não resisti. Entrei na estrada e lentamente, embora ali a chuva  houvesse parado, dirigi até a entrada do sítio e parei. O nome que havia no portão, muito bem talhado em madeira: SITIO FÊNIX, já não estava lá. Não tinha nome nenhum.
As árvores frutíferas estavam grandes, bonitas, mas onde foram parar os lírios de varias cores plantados na entrada da casa? E as rosas multicores cultivadas por minha mãe?
Fiquei tão triste, dei a volta e retomei a estrada para casa.
Esse foi um período de minha vida que jamais vou esquecer. Não tem como esquecer a alegria de minha mãe conversando com suas flores, principalmente aquelas que desabrocharam cedo. Seus olhos brilhavam de satisfação por ver que criara tanta beleza.
Minha mãe sabia cuidar muito bem de plantas e seu jardim era belíssimo. Agora nada restara. Que pessoa insensível foi morar lá e destruiu toda a beleza na entrada daquele sítio feito com tanto amor e carinho? Sei que preciso desligar-me um pouco do passado, pois nada vai voltar, mas são lembranças queridas de uma das pessoas mais lindas que tive a satisfação, o orgulho e agradeço a DEUS ter nascido sua filha...minha Mãe.
 
 
naja
Enviado por naja em 08/07/2012
Reeditado em 26/09/2015
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