Aos poucos o dia começa a entregar-se ao abraço noturno,vestido de tarde,sem pejo,pois está acostumado a mostrar esse seu lado onde vai descansar até o amanhecer.É um forte abraço,uma alquimia perfeita,tipo dos que se conhecem há muito,mas sempre tem saudades.
Fico devaneando se o dia ama a noite,ou melhor se a tarde ama a noturna luz,muitas vezes clara quando é lua cheia e em outras apenas leve claridade.Porém apenas poéticamente,pois no fundo elas são uma coisa só,o que faz a diferença é a luz do sol.
No campo,há a mata nativa que não tem luz noturna alguma,mesmo com a lua cheia é uma escuridão total ,pois o mato cerrado e alto e os galhos de árvores frondosas impedem o clarão do luar.Ali apenas há uma sinfonia de insetos e outros seres que habitam o lugar.Atrai-me saber o que se passa naquele ambiente,poderia ali haver algo mais que uma simples noite?Sim,ali deve haver seres etéreos que aproveitam a hora para passear.
Noite dos que tecem sonhos ou de horas de insônia e pesadelos a quem disso padeça.A mim,apenas um manto misterioso que acalenta minhas horas de descanso,e onde envolvo-me em devaneios deixando a vida rolar as horas até o amanhecer.
Quem sabe a nova aurora me surpreenda.


 


           Outra noite chegou
           sinto falta de alguém
           que meu coração marcou
           num lindo querer bem





18/04/13
Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 18/04/2013
Reeditado em 19/11/2015
Código do texto: T4247671
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