Entre gotas e anjos

Eu era um garoto sem medo caminhando descalço na chuva

Tentando falar com Deus, que estava me ouvindo, mas não me respondia

Perguntei para a chuva então, por que tudo aquilo acontecia?

Porque suas águas não molhavam quem não a temia!

Ela suspirou um relâmpago, e disse que logo mais eu entenderia

Então em meus olhos, cai uma gota doce de amor

Que me arrancou lagrimas de revolta e de dor

E então a chuva começa a me atingir,

Fazendo-me ajoelhar no chão e gritar com medo

Do que ainda estaria por vir.

Meu corpo molhado e minha força revogada

Eu estava chorando mudo para evitar usar palavras

Então com ventos leves ela sussurra em meu ouvido

Que foi a lagrima de um anjo que havia me atingido

Eu perguntei a chuva, onde os anjos choram?

Ela me disse:

"Em uma nuvem escondida

Quando se lembram da humanidade que tiveram e foi perdida

Ajudam as pessoas a se lembrarem

Que o medo da morte só existe na vida

Mas não é mais forte que o amor que em ti habita

E não tema os fortes ventos

Suas sementes iram brotar a todo momento"

Então se abriu o sol

Meu coração se acalmou, não negava sua dor

A chuva se foi, e nada a segurou

E notei que quando a água toda secou

Parte de mim ela levou

(Em memórias de Maria Aparecida – Adorável Esposa, Mãe e Avó)

Newmind
Enviado por Newmind em 31/03/2007
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