TODOS OS RISCOS E RISOS DO AMOR

Sou menos do que era ontem. Sinto-me um elefante dentro de calças, às vezes, uma criança velha e sem graça. Não preciso ser mais elegante para me sentir amado. De repente, o mais inteligente e bem acompanhado.

Há um perigo eminente a cada segundo. O meu ego reprimido vive dentro de uma caixa de sapatos. Amar é assim, disse, o meu poeta escondido, correr perigo. Um risco à saúde. Há obsessão, ciúme, poções, magias, adivinhações e pressentimentos.

Muita obscuridade vive dentro dos sentimentos. Pressinto: não há muitas alegrias no amor, mistérios,subterrâneos, mortes entrementes, perda de tempo, ciúme... Ah! Esse sentimento agudo, impertinente, destrutivo e guloso, anguloso e voraz.

Sinto-me entre o nascimento e o fim, é assim desde que se nasce, mas fica mais presente, de repente. Vivendo cada dia, cada parte como os últimos momentos, o apocalipse de cada segundo. Um parto, um ventre que se rompe para cada alegria.

Tento rir, ser claro, amigo e direto, não errar, fiel, determinado, como um cão sarnento que ainda lambe seu dono, mesmo chutado, tudo pelo pavor do só. Mas por onde ir, confiar. Elogios pelos erros e ataque pelo acertos é assim a vida.

Ter alguém como par significa pagar um preço, é ver aflorar todas as inseguranças e infantilidades, como se torna frágil e como é sem graça amar sem liberdade, bobo, como é toda a humanidade.

Célio Pires de Araujo
Enviado por Célio Pires de Araujo em 18/06/2013
Reeditado em 18/06/2013
Código do texto: T4347309
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