Sempre achei que a D. Chica, ca, ca, e eu, não deveríamos atirar o pau no gato, to, to, coitadinho, ele não fazia mal a ninguém. Esperava muito que o lobo mau ficasse bonzinho também, e nunca conseguisse derrubar as casinhas fraquinhas dos porquinhos, mas derrubava, e só a do terceiro não ia ao chão, felizmente todos escapavam. A galinha do vizinho não botava ovo amarelinho e sim branquinho de casca fina, acho que sem colesterol. Desejava que a Cinderela, alguma noite, depois das doze badaladas, não virasse empregada e nem que a carruagem se transformasse em abóbora, esta sairia apenas da horta para um belo doce. Torcia muito para que o Ali Baba e seus quarenta ladrões, fossem presos logo, pensando bem, desde aquela época já havia corrupção e impunidade, as historinhas infantis já faziam alardes e não aprenderam a combater. Ah...e que a Branca não fosse tão de neve, coitada, precisava de sol e que aqueles sete anõezinhos não dormissem e a protegessem mesmo, sem falar que o Atchim bem que poderia tomar um anti gripal para sarar daquela gripe danada. Havia uma tal cigarra cantora, meio desafinada, voz aguda demais, que fazia serenata todo o tempo e uma formiguinha trabalhadeira que só ela! Muitas vezes eu achava que um dia, a cigarra iria mudar de vida, antes do inverno para mostrar para a formiga que era outra, mas que nada, a talzinha só cantava, e eu tinha pena dela, porque nunca gravava um disquinho, para na próxima temporada descansar um pouco a voz? A Rapunzel então...que linda com aquelas tranças enormes, mas deveria cortar um pouco porque dava muito trabalho e que pente vencia tanto cabelo? Sei disso porque eu usava tranças, cuidavam muito para não estragar os fios e nem dar nós e como davam! Ficava com raiva do lobo mau porque perseguia muito a chapéuzinho vermelho, que por sua vez,não mudava o caminho para que ele não a seguisse,e aquela avó um tanto folgada que não a protegia, só ficava lá deitada dormindo!
Não sei, esqueci outras lindas historinhas que devorava. Epa...lembrei da fábula da raposa e as uvas e que a esperta, por despeito não devorou por achá-las verdes. Que bobona ela era!
Tempos bons, inocentes, boas ilusões infantis, que ainda guardo em algum pequenino canto do coração. As historinhas e músicas infantis atuais são bem diferentes, todas tem maravilhas tecnológicas.
E quem quiser que conte outra!

 
Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 07/08/2013
Reeditado em 27/11/2013
Código do texto: T4424030
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