CENTO E VINTE MINUTOS DE POESIA (1)

[Uma viagem de duas horas, pelo meu eu poético!]

CENTO E VINTE MINUTOS DE POESIA

1

São 16 horas em Portugal!

E eu quero escrever…

Escrever sem parar, palavras à toa, ou será que as palavras quando nascem no fundo do peito, nunca são à toa?!...

Palavras serão talvez cânticos de vida, a arma com que Deus dotou o Homem para ser realmente diferente de todos os outros animais!...

A palavra voa dentro do espírito criativo e quando este lhe decide dar vida, já nada poderá parar a sua força generosa, tal como não se param as ondas do mar, nem a força da Vida.

Felizes os homens que possuem o dom da palavra, pois é deles o destino da Terra.

Sejamos então sensatos e façamos bom uso do poder da palavra, levando o amor e a paz até aos homens.

Vamos acenar com a bandeira da solidariedade e acabar com a fome no mundo!...

Vamos dizer não a guerras e radicalismos, pois o que é mau para mim, não pode ser bom para os meus semelhantes!...

Bem sei que gostos não se discutem, mas o mal é sempre o mal, e embora possa estar pintado com outras cores, o mal nunca vem por bem.

Vamos então colher palavras, nas brisas que nos acariciam o rosto, e fazer delas hinos que sejam audíveis no Céu.

Deus aguarda que assim o façamos!

* * * * *

2

São 16,15 horas em Portugal!

Em apenas quinze minutos eu fiz um texto, arrumei pensamentos e conheci um pouco mais de mim.

Não me interessa se o texto tem valor ou não.

Para muitos não irá passar de uma simples folha, que estava em branco e agora tem uma palavras… Ou uns meros gatafunhos.

O que importa é que é um breve momento no tempo, desta minha existência terrestre, ficou registada até que os homens o queiram.

Afinal existem tantas histórias que estão sendo escritas em simultâneo, e todas têm o seu encanto, embora este possa dizer algo apenas a uns poucos.

Nós entendemos valorizar esta ou aquela pessoa, este ou aquele acontecimento, mediante cânones muito subjectivos.

Eu não acredito nas normas instituídas pelo Homem!

Acredito que Deus tem outras formas muito mais justas de avaliar o Exame da Vida!

* * * * *

3

São 16,23 horas em Portugal!

E aqui estou escrevendo, neste dia de Inverno, com algum vento e um tímido sol a dar colorido à minha existência.

Escrevo ouvindo os vários sons da Natureza, entre eles os cânticos das aves que existem por aqui e que adivinham a chegada da Primavera e de um novo ciclo de vida.

Um verdelhão pequeno canta algures, pousado numa qualquer árvore e um melro anuncia num cedro que o seu ninho será construído ali; Uma minúscula chincra passa invisível pelo ar, assobiando a sua estridente melodia e uma andorinha anuncia a sua chegada a Portugal.

Aprendi com o meu saudoso avô a conhecer as aves pelo voo e pelo cântico, coisas que já ninguém aprende, e uma ave é apenas um pássaro anónimo, que vive despercebido entre tantos seres humanos rigorosamente distraídos com os seus imensos nadas.

Quem se apercebe que o tordo parte e andorinha chega? Quem sente o cântico da rola no seu ninho? Quem liga se o pintassilgo está em vias de extinção? Quem sabe que o cuco coloca seus ovos em ninho alheio?

Ah, Meu Deus como mudou o meu mundo em tão poucos anos!...

Tantas mudanças, mas tão poucas em nome da harmonia do doce planeta azul!...

* * * * *

[NOTA: O presente texto tem 5 páginas e é constituído por 11 poemas interligados entre si, num desafio que fiz a mim próprio: Estar 2 horas a escrever sem parar.

Consegui e criei um texto que me fascina, mas tive receio de o publicar na íntegra devido ao seu tamanho. É possível que se perca algo da mensagem, mas aqui está a primeira parte esperando que seja do agrado daqueles que realmente apreciam poesia, na forma de uma viagem pelo nosso interior poético.]