NATUREZA POÉTICA

NATUREZA POÉTICA

Não sei que natureza há em mim,

senão a que tento vivenciar só supondo-a

em versos simples; que brotam às vezes,

da destreza dos pássaros na construção

dos ninhos; que servem ao abrigo,

tanto de velhas quanto de novas vidas

aladas; que irão voar livres na atmosfera,

do mesmo jeito que voam os meus versos

líricos e pousam diante dos olhos poéticos

dos leitores amantes da poesia; que irão,

decerto, os apreciarem e os lerem

com a mesma delicadeza que as aves

cuidam dos filhotes recém-nascidos; ou

com a mesma paciência que as mamães

aves os alimentam, para que eles possam

crescer fortes e saudáveis; para voarem

com a mesma habilidade das que já sabem

voar, por entre as nuvens brancas no céu

azul celeste; a carregarem, por debaixo

das asas condoreiras, os meus versos

naturais, que se nutrem não só ( das vidas

aladas das aves, que têm por hábito

instintivo, visitarem os seres angélicos,

a tocarem árias melodiosas em festivos

concertos celestiais ); mas também

dos ventos maviosos, que transportam

as chuvas para proverem os rios e mares

de águas doces e salgadas, onde os meus

versos irão navegar tão felizes, por deixarem

a terra para serem lidos por leitores marítimos,

que fazem, tão acasalados (no interior

dos convés dos navios, os mesmos atos

amorosos que as aves fazem no interior

dos ninhos ); posto que, os vários prazeres

sentimentais são equivalentes para Deus,

que doa-os a mesma energia amorosa

suprema que rege a unidade harmônica

do cosmos; a conduzirem as almas

à senda do bem comum, tão repleto

dos valores virtuosos que unificam

as aves, pela manhã e pela tarde,

em alarido festivo nas árvores,

cujas frondes, tão orvalhadas

da seiva que nutre os vegetais,

servem para abrigo temporário

da plêiade alada, que vão cantar

os meus versos em sincrônicas

sinfonias canoras, ante o instante

mágico do crepúsculo prenunciando

a chegada da noite, que terá o deleite

de apenas ouvir o canto tristonho

das aves que têm hábitos noturnos;

enquanto as outras, de hábitos diurnos,

já desfrutam da paz no sono profundo,

sobre as frondes cobertas por penas

coloridas, a se realçarem na penumbra

da noite enluarada, onde os casais

se amam em meio ao sono ressonante

das aves condoreiras, cujas almas,

desdobradas dos corpos físicos

repousantes, passeiam, em livres

voos espirituais, à espera que o novo

dia alvoreça; e as aves já despertas, possam

celebrá-lo de novo em alarido festivo;

porque agora sei, que dentre as várias

naturezas que há em mim, gosto mais

da que me inspira a compor versos

singelos como estes, para que depois,

possa doá-los aos leitores amantes

da poesia, que os lerão com os olhos

tão poéticos quanto alados; porque

as suas almas, como as aves, já voam

livres por entre as nuvens brancas

no céu azul celeste; espalhando

no vento mavioso, a pureza natural

dos meus versos, que deixam de ser

somente meus, para serem também

dos queridos e fraternos leitores,

que amam lerem a poesia lírica,

oriunda da arte imaginosa do poeta!

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 19/07/2014
Reeditado em 28/11/2021
Código do texto: T4887855
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