REGRA: TEM DE SER.

REGRA: TEM DE SER.

”Esse racional”, compele-me contra minha sensibilidade de simplesmente, SER.

Tarefa evolutiva de respirar essas regras, penosa marca dos sinais de tempo, a infligirem vingar-se-me a carne, queimando-me lenta e insistemente as puras profundezas da mente, na sempre ansiosa mas negada plenitude da BUSCA.

Alcançar.? É o constante do meu intento...mas, utópicamente o quê...!?

Racionalidade, é um sonhar pouco num amar totalmente imperfeito...?

Sentir amor por tanto sonhar é o voo dos “anjos” que ilusória e infelizmente não consigo alcance.

Sensibilidade, opostamente ao TEM DE SER, é sofrer supostamente sem amar e poder sonhar para além do além.

Onde será que me situo neste mar ondulado, encrespado por regras insensíveis, insensatas, incrustadas num pilar concebido de TEM DE SER desde que o Ser é Ser...

Quando cada Ser,

quer poder ser o que quer ser sem por isso o poder Ser.

São as regras a determinarem sobre o que se tem ou deve ser...?

Quando atingir uma meta traçada, ao Ser, não ser uma miragem.

Inspiração e criatividade, trabalho e determinação, sensibilidade e dedicação, são folhas secas quando: tudo TEM DE SER

Tenho tudo, falta-me tudo....ou, segundo as regras, talvez não...!!!

Coragem para empreender...!?

Neste conturbado mundo, pleno de regras que nos consomem, não tenho qualidades de um Buda, pretensões de bondade absoluta de Madre Tereza de Cacutá, persistência e simplicidade de Mahatma Gandhi, nem tão pouco ( pela crença de muitos ), como filho geneticamente descendente de alguém que se intitula, OMNIPOTENTE.

Coragem para correr riscos que a fortíssima e pesada carga genética me priva, destrói a ambição positiva dos meus sonhos. Sonhos de muitos sonhos, culminando por não ser mais do que isso mesmo.

Garimpar as pedras preciosas das ruínas dos meus traumas, transpõe a cortina de vidro passado, transportando-me para um agora sonho de grande riqueza, de um NADA repleto de regras.

Quando, aprisionado num casulo do medo, num solo pantanoso de timidez em destroços das preocupações, enterrar-me-ei até sucumbir, numa manta de retalhos de minha personalidade e acabar-me-ei num desfalecimento cerebral, quando a meu sentir, o inefável é invisível aos olhos da carne e incontestavelmente visível há inteligência e aocoração.

Quisera eu não TER DE SER...

Paulo, Maio 2007