Quarto minguante

Sinto levitar este corpo já cansado de tolas caminhadas

Estirado no assoalho do quarto que se estreita

Nada a minha volta, quarto andar, e a luz da lua

Tão minguante quanto estas paredes que me abraçam

Ouço ao fundo o romper das ondas que me chamam,

Pedindo que acorde novamente, como na infância

Inventando caminhos de areia para que as águas o levem

E com eles tracem suas rotas no mar, conduzindo navios

Abro os braços e fecho os olhos, sinto levitar novamente

Retalhos e recortes de uma vida que tentei desenhar

Esperando que se montem por si, como deveria ter sido

A janela aberta deixa a brisa fresca entrar do oceano

Que sinto refrescar o meu corpo banhado de suor

Delírios de uma mente inquieta que só buscou uma paz

A incompreensão e a razão caminharam lado a lado

Como duas irmãs com quem nunca flertei

O quarto minguante como esta lua, espera meus sonhos

Que um dia acorde , me levante e corra para o mar

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 24/09/2015
Código do texto: T5392772
Classificação de conteúdo: seguro