Que beleza a manhã de inverno rebelde já querendo ter sol de primavera ! O vento porém chega com cara de agosto, meio rabugento e fica rondando as cercanias, lembrando que ainda existe o frio e um gelado sopro nos mostra isso e corremos a buscar um agasalho leve. Nota-se pelas beiradas desse tempo que a primavera está acenando em algum horizonte e os pássaros percebem isso muito bem. Já estão aparecendo em revoadas e cantos e em balbúrdia estão procurando lugares para seus ninhos. Já encontrei alguns prontos e sei que em breve ali serão os berçários onde a vida deles continuará e novos trinados virão. Sinto que as flores, ou melhor as plantas que as oferecem, também se vestem de novos e quase imperceptíveis brotos. A delicadeza mora ali, frágeis raminhos que em breve ofertarão muitas e coloridas pétalas para nossa visão. A natureza trabalha em silencio, cumpre o dever e tem seu ritmo. Cada um de nós também: acordamos, trabalhamos, dormimos, sonhamos, amamos, choramos e quantos verbos mais a serem conjugados ! É a vida seguindo, nos levando em calmaria ou atropelos - creio que mais neste último- porém a satisfação de saber-se vivo e na ativa nos dá ânimo a enfrentar tudo. Arremato dizendo que já captei em fotos minhas poucas flores de inverno, já ouvi hoje as melodias dos amigos de asas que passam aqui e com eles até tentei voar. Para onde? Queria espiar a primavera que se esconde atrás dos morros que cercam o vale. Sei que lá mora a esperança.







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Marilda M.
Lavienrose
 
27/08/16
Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 27/08/2016
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