Gosto da paz do voo de um pássaro em ziguezague pela amplidão e medito para onde ele irá e qual a visão que tem lá do alto. Depois em rasantes suaves pousa em algum lugar onde deve ter seu ninho. O céu o espia em silêncio, como eu e o abriga na imensidão, aí meus olhos não mais o enxergam. Foram com ele os meus pensamentos e quimeras, a realidade chama e noto que também voei, minhas asas alçaram voos sem receio.
Gosto de perceber a melodia do vento, as folhas dançando, as nuvens formando imagens, as lufadas dão impressão que há risos crepusculares no ar da mata. Grito então, chamo, não me explico, só reverberam ecos e corro atônita buscando você, parecia estar próximo, mas não o acho. Tudo aos poucos se torna sombra, a escuridão consome o espaço, perco-me, não sinto seu abraço, era ele que procurava e como criança, só e franzina deito no chão e quietinha, sim... apenas no silêncio noturno ouço os seus passos.

07/08/17
Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 07/08/2017
Reeditado em 08/08/2017
Código do texto: T6076926
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