MEU APOCALIPSE
A civilização é apocalíptica
As galáxias se chocam
A vida
Ah! Vida
Esse resquício da memória dos deuses
Sobrevive
Entre os fins.
....
Depois de tudo se tornar claro
Mesmo se estive escuro
Bem depois dos gozos e dos gases todos
Do concreto e do aço
Do último resquício
Dos esquecimentos e renascer
Do último respiro
Quando tudo se tornar novo
Quando não houver mais nuvens
Nem bruma
Nem civilizado nem selvagem
E for possível olhar claro
Tudo explicado decifrado
Ceifada todas as possibilidades
As idades não contarão mais
E as explicações e os livros desnecessários
Não for preciso salário salafrários
As sementes estéreis jazeram aos montes
E não houver movimento
Só restará essa memória
E a minha visão agora de um futuro quieto e seguro
Sem homem sem bicho sem planta sem cinza nem fumaça
Só o horizonte e as cores fortes
Tudo pronto para o gênesis
Para novo tentar
Ou deixar assim dormente por mais algumas eras
Até que o último byte se desfaça
E se derreta o último aço
Só aí talvez pingue a primeira gota de novo em algum canto do planeta.