A catedral.

Meus passos sobre o mármore
Em pés descalços e doídos
Frias pedras que me acolhem
Bálsamo que curam feridos
Agora é vida, posso senti-la
A luz brinca entre os cristais
Encortinando os vitrais
Desenha um mosaico de cores
Enquanto uma revoada de andorinhas
Cruza o domo ,atrevidas ,buscando abrigo
Olho a minha volta ,cansado
A vista de tantos santos, em mantos
Pés descalços como os meus
São apenas homens antigos,
Penso eu, não me podem dizer
Não gostaria de estar assim
Guardando segredos de dores...
Como se toca uma alma em chamas,
Sem queimar as mãos ?
São apenas imagens, como eu.
 Que viraram pedras.
Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 09/02/2018
Reeditado em 10/02/2018
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